sábado, 20 de agosto de 2011

A viajem dos tripulantes

Quando estudamos  expansão marítima, muitos  se apegam a empolgante ideia de que os homens que se envolviam nos mares eram grandes heróis e tinham uma vida luxuosa. Sem dúvida, a coragem de se lançar em águas desconhecidas não pode ser desconsiderada quando pensamos sobre isso . Contudo, não podemos deixar de levar em conta que a vida nos navios era cercada  incômodos que retiram um pouco dessa impressão de grandiosidade.


Ao contrário do que pensamos , o capitão do navio era a pessoa que menos entendia das técnicas e expedientes que mantinha o navio seguindo o seu roteiro de forma estável. Na maioria dos casos, ele era um nobre que representava a autoridade do rei na embarcação. Dessa forma, o capitão era quem exercia a função estritamente política de intermediar os conflitos entre os tripulantes e dar a palavra final sobre algum problema ou decisão a ser tomada.


Uma alimentação farta e saudável era praticamente impossível nas embarcações . Não tendo espaço para estocar comida e água suficientes, os tripulantes passavam por sérias privações. A ração diária fornecida aos tripulantes comuns não passava de três refeições compostas por biscoito, e duas pequenas doses de água e vinho. Somente os mais privilegiados tinham a possibilidade de usufruir de carnes, açúcar, cebolas, mel, farinha e das frutas que eram transportadas.

Em situações mais extremas, os tripulantes poderiam comer alimentos crus mediante a falta de um fogareiro que pudesse preparar a refeição. Quando a fome apertava de vez, a ingestão de alimentos podres, insetos (baratas e ratos)  também apareciam como uma última alternativa. A forte tensão causada pela constante falta de alimento poderia até mesmo colocar a vida do capitão em risco, que sempre estava armado para não ser vítima de algum motim ou rebelião.


Planejamento das Navegações


       Navegar nos séculos XV e XVI era uma tarefa muito arriscada, principalmente quando se tratava de mares desconhecidos. Era muito comum o medo gerado pela falta de conhecimento e pela imaginação da época. Muitos acreditavam que o mar pudesse ser habitado por monstros, enquanto outros tinham uma visão da Terra como algo plano e , portanto, ao navegar para o "fim" a caravela poderia cair num grande abismo.


Dentro deste contexto, planejar a viagem era de extrema importância. Os europeus contavam com alguns instrumentos de navegação como, por exemplo: a bússola, o astrolábio e a balestilha. 


Também era necessário utilizar um meio de transporte rápido e resistente. As caravelas cumpriam tais objetivos, embora ocorressem naufrágios e acidentes. As caravelas eram capazes de transportar grandes quantidades de mercadorias e homens. Numa navegação participavam marinheiros, soldados, padres, ajudantes, médicos e até mesmo um escrivão para anotar tudo o que acontecia durante as viagens.

Bula Inter Coetera e Tratado de Tordesilhas

   Durante o século XV, Portugal seguiu conquistando novas terras na Costa Africana. Nessa época a Coroa Espanhola iniciou sua expansão marítima em busca das Índias.

    A disputa por novas terras iniciou um conflito entre Portugal e Espanha. Com o crescimento espanhol no setor comercial por vias marítimas, Portugal ameaçou entrar em conflito com os espanhóis. A Espanha então  recorreu ao papa Alexandre VI querendo evitar uma guerra.
    
   A Bula inter Coetera  foi definida como um tratado em Maio de 1493, do Papa Alexandre VI, onde determinava que o “novo mundo”era dividido entre Portugal e Espanha.
    
      À Portugal foi considerado como sendo suas, as terras encontradas até 100 léguas à oeste do Arquipélago de Cabo Verde, já para a Espanha, todas as terras que fossem descobertas fora desse limite.

expansion004    Porém, um detalhe considerável veio à tona, a 100 léguas de Cabo Verde só havia o Oceano Atlântico. Claro que Portugal solicitou uma revisão ,o resultado dela e de muitas discussões gerou o que foi chamado de  Tratado de Tordesilhas, onde uma nova medida foi feita.  As terras a 370 léguas das ilhas de Cabo Verde pertenciam,a partir desse tratado, a Portugal . 


  Essa nova determinação faria com que Portugal assegurasse sua autoridade sobre parte do território que hoje constitui o Brasil.  



                                                                                                   

                                                                                         
                                                                    Linha azul - Bula Inter Coetera
                                                                 Linha vermelha - Tratado de Tordesilhas
                                        

Expansão Marítima



No século XV, iniciou-se uma série de viagens marítimas e descobrimentos geográficos que mudaram a vida humana e a própria concepção de mundo dos europeus.
   A conquista de Constantinopla pelos turcos, em 1453, limitou o comércio entre a Europa e a Ásia, aumentando o preço das especiarias. O desejo de encontrar um caminho marítimo para as Índias, e aumentar comércio das especiarias (cravo, canela, noz-moscada e açafrão), animou centenas de expedições.